Ano passado, o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), divulgou as áreas queimadas acumuladas na Rede do Amolar, no Pantanal, no período de 2012 a 2021. Agora em abril de 2023, há dados atualizados para essa série histórica. As informações identificadas são da nova versão do sistema ALARMES e correspondem aos últimos 11 anos (2012 a 2022). Em 2022, houve ocorrências de incêndios na unidade de conservação Parque Nacional do Pantanal Matogrossense e em torno.
Esse estudo compreende parte de ações do projeto Mitigação dos efeitos dos incêndios de 2020 e prevenção contra novos incêndios na Serra do Amolar, Pantanal. O projeto é executado pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e é financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) no âmbito do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e tem o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como agência implementadora e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – FUNBIO como agência executora.
Pelos dados obtidos no acumulado de 2012 a 2022 é possível identificar que praticamente todo o território foi atingido por fogo no período analisado. As ocorrências de incêndios foram intensificadas em 2020. O LASA/UFRJ conseguiu monitorar que até aquele ano, os registros de fogo eram pontuais em algumas áreas dessa região do Pantanal. Veja vídeo abaixo.
Em 2020, o fogo também teve grande impacto dentro do Parque Nacional do Pantanal Matogrossense, além de atingir outras áreas da Rede Amolar, incluindo as Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs) Dorochê, Rumo ao Oeste, Acurizal, Penha, que são classificadas pela Unesco como Reserva da Biosfera Mundial e desde 2000 são consideradas sítio do Patrimônio Natural da Humanidade, incluindo do Parque Nacional do Pantanal Matogrossense.
A Rede Amolar foi criada em 2008, por iniciativa do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), e corresponde a uma área de mais de 300 mil hectares no Pantanal. Além do Instituto, outras instituições integram a rede, sendo a maioria delas ligadas à iniciativa privada e com foco na conservação e proteção do bioma. A Rede Amolar funciona como um grande corredor de biodiversidade e área com alta capacidade para produção de natureza.
Além do trabalho de pesquisa do LASA/UFRJ, o projeto Mitigação dos efeitos dos incêndios de 2020 e prevenção contra novos incêndios na Serra do Amolar, Pantanal envolve ação de recuperação de áreas degradadas pelo fogo.
A Brigada Alto Pantanal atua no território dentro desse projeto tanto para prevenir o fogo, como para recuperar áreas degradadas. Ela foi criada em 2021 pelo IHP e é permanente, atuando durante todo o ano para desenvolver ações de mitigação, como construção de aceiros, de rotas de fuga para animais silvestres e moradores de comunidades, além de reduzir o material possível que pode ser de combustão para casos de incêndio florestal.
Sobre o IHP
O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Fundado em 2002 e instituído no dia 30 de março de 2012 em Corumbá (MS), atua na conservação e preservação do bioma Pantanal e da cultura local.
Entre as atividades desenvolvidas pela instituição destacam-se a gestão de áreas protegidas, o desenvolvimento e apoio a pesquisas científicas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse na área. Os programas que o Instituto atua são Rede Amolar, Cabeceiras do Pantanal, Amolar Experience, Felinos Pantaneiros, Memorial do Homem Pantaneiro, Brigada Alto Pantanal e Estratégias para Conservação da Natureza. Saiba mais em https://institutohomempantaneiro.org.br/.