Projeto de recuperação no Pantanal com 25 mil mudas soma esforços em ações de conservação

Entre os dias 20 e 23 de novembro, uma equipe do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) participou do III Seminário de Intercâmbio dos Projetos de Recuperação da Vegetação em Unidades de Conservação, apoiadas pelo GEF Terrestre Pantanal. Estiveram presentes no evento a secretária executiva do IHP, Betina Kellermann, e a técnica de campo, Cristiane Brigitti. Elas apresentaram no seminário os resultados do projeto “Mitigação do efeitos dos incêndios 2020 e prevenção contra novos incêndios na Serra do Amolar, Pantanal”.

O evento ocorreu no Sesc Pantanal, que fica no município de Poconé (MT) e contou com a presença do Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática (MMA), Funbio, BID, IBAMA, ICMBio, universidades e representantes de 7 projetos conteplados pelo GEF Terreste Pantanal que apresentaram seus resultados, desafios e conquistas.

A devastação ocorrida pelo fogo em 2020 consumiu cerca de 45.000 km2 do bioma, o que corresponde 30 % da área total, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Era o começo do GEF Terrestre e seus recursos foram liberados na hora exata para a recuperação dessas áreas degradas, mas também para apoio em ações de Manejo Integrado do Fogo e na criação de brigadas comunitárias.

“O GEF Terrestre é um projeto de inovação porque ele atinge primeiramente biomas que historicamente não recebem tantos recursos como a Caatinga, o Pampa e o Pantanal. E também inova por unir diferentes estratégias e diferentes políticas públicas para a proteção desses biomas”, explicou Rodolfo Marçal, gerente do GEF Terrestre no Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO).

Além das diversas palestras relacionadas à restauração, prevenção e combate a incêndios, o grupo do IHP visitou as iniciativas do projeto AquaREla Pantanal, com o viveiro de mudas da Comunidade Capão do Angico e e a Trilha Regeneração na RPPN Sesc Pantanal.

“O fogo passou em algumas áreas de uma forma muito forte, o banco de semente foi destruído, a capacidade de regeneração era muito baixa em algumas regiões. O GEF Terrestre contribui muito para esse processo de restauração, que sabemos que vai levar algumas décadas”, contou Betina Kellermann, do Insituto Homem Pantaneiro (IHP).

O seminário foi promovido no âmbito do “Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a biodiversidade da Caatinga, Pampas e Pantanal” – Projeto GEF Terrestre, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), financiado com recurso do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), tendo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como agência implementadora e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) como agência executora.

“Membros de 7 projetos apoiados pelo GEF Terrestre trocaram experiências e celebraram 245 hectares de área recuperada no bioma, o dobro da recuperação prevista inicialmente no projeto. Esse número se soma aos 800 hectares de áreas recuperadas na Caatinga e aos 5.500 hectares de áreas recuperadas no Pampa. São 6.545 hectares, ou seja, 6.545 campos de futebol recuperados em três anos e meio de atuação do GEF Terrestre nos três biomas que historicamente recebem menos recursos para a conservação da biodiversidade no Brasil”, informou o Funbio, em nota.

Da esq., Mateus Motter Dala Senta (MMA), Vivian Saddock da Silva (Funbio), Betina Kellermann, Cristiane Brigitti, Letícia Reis (Restaura) e Rodolfo Cabral Marçal (Funbio)

Projeto de recuperação no Pantanal

Em 2021, o IHP iniciou projeto para mitigação dos efeitos dos incêndios florestais de 2020 na região da Serra do Amolar, incluindo ações de prevenção e combate aos incêndios, realizados pela Brigada Alto Pantanal, além da recuperação, manutenção e monitoramento de áreas atingidas pelo fogo. Nessa linha, foi aprovado projeto do Instituto através da Chamada de Projetos 01/2021, do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), e do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre). A primeira etapa do projeto tem duração de 18 meses, com conclusão no mês de maio de 2023.

Em outubro de 2022, houve o início das ações de recuperação das áreas com o plantio de mudas. Ao todo, estão sendo recuperados 30 hectares na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Acurizal, com 15 hectares de plantio de 25 mil mudas mudas e outros 15 hectares por meio de regeneração natural. Parte das mudas plantadas foi produzida no viveiro da RPPN Acurizal e parte obtida do Instituto das Águas da Serra da Bodoquena (IASB). Estão sendo plantadas mudas de angico, ipê roxo, ipê branco, paratudo, manduvi, jacarandá, aroeira, cambará, entre outras.

Além do plantio que foi realizado, para reforçar o trabalho futuro de reflorestamento, o IHP e o Comando da 18ª Brigada de Infantaria do Pantanal firmaram parceria para realização de capacitação de equipe de militares para também executar essa recuperação no bioma. O treinamento com 10 militares multiplicadores está sendo realizado entre os dias 10 e 17 de abril.

Sobre o IHP

O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Fundado em 2002, em Corumbá (MS), atua na conservação e preservação do bioma Pantanal e da cultura local.

Entre as atividades desenvolvidas pela instituição destacam-se a gestão de áreas protegidas, o desenvolvimento e apoio a pesquisas científicas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse na área. 

Os programas que o Instituto atua são Rede Amolar, Cabeceiras do Pantanal, Amolar Experience, Felinos Pantaneiros, Memorial do Homem Pantaneiro, Brigada Alto Pantanal e Estratégias para Conservação da Natureza. Saiba mais em https://institutohomempantaneiro.org.br/. O IHP também integra o Observatório Pantanal.

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