Um incêndio florestal identificado neste final de semana, na região da Serra do Amolar, ganhou proporções e atingiu morrarias da serra. A primeira identificação foi feita no sábado (27/01), começo da tarde. Nesta segunda-feirar (29/01), o fogo ganhou proporções ainda maiores. Em três dias, mais de 1 mil hectares já tinham sido atingidos pelo fogo, que continua consumindo o território.
O combate tem sido feito desde o sábado à noite pela Brigada Alto Pantanal, que é mantida pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP). Por conta da grave situação, além da equipe de brigadistas permanentes, outros seis, que têm experiência com o Prevfogo/Ibama, passam a atuar a partir desta terça-feira (30). Além dos 14 integrantes pela Brigada Alto Pantanal, os Bombeiros de Mato Grosso do Sul enviam neste dia 30/01 mais quatro pessoas e a SOS Pantanal vai dar apoio com mais quatro integrantes de Brigadas Voluntárias.
Um pequeno proprietário rural da região pode ter começado o fogo na tentativa de limpar baceiro (vegetação flutuante que pode aglomerar-se de tal forma que cria pequenas ilhas que impedem o acesso a corixos ao longo do rio Paraguai) que estava no acesso para a propriedade. Ele chegou a ser informado sobre o início das chamas, após constatação do caso na central de monitoramento que o IHP possui em Corumbá.
A Polícia Militar Ambiental também foi informada sobre o registro do início do incêndio para atuar na fiscalização.
A Serra do Amolar
A região da Serra do Amolar, que está dentro do Pantanal, no município de Corumbá (MS), compreende um território de grande biodiversidade, é área de Reserva da Biosfera, além de ser um Patrimônio Natural da Humanidade. O território é formado por 80 km de extensão de morrarias que chegam a ter quase 1 mil de altitude. Essa área fica a cerca de 700 km de Campo Grande, a partir de Corumbá e por via fluvial. Só é possível chegar nesse local por ar ou pelo rio Paraguai.
Devido a várias particularidades, incluindo os seus elementos naturais, geográficos e ecológicos, a região tem potencial de abrigar espécies de plantas e animais que são de exclusividade da Serra do Amolar. Por ali, há interações de fatores geográficos, climáticos e ecológicos que criam ecossistemas particulares que não são encontrados em outras partes do Pantanal.
Além disso, trata-se de um território considerado uma barreira natural para o fluxo das águas, que se difere completamente de todo o restante do bioma. Ali existe uma variedade de terrenos e paisagens, áreas com características de Mata Atlântica, de Pantanal, de Amazônia, o que resulta na sua riqueza de biodiversidade.
Sobre o IHP
O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Fundado em 2002, em Corumbá (MS), atua na conservação e preservação do bioma Pantanal e da cultura local.
Entre as atividades desenvolvidas pela instituição destacam-se a gestão de áreas protegidas, o desenvolvimento e apoio a pesquisas científicas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse na área.
Os programas que o Instituto atua são Rede Amolar, Cabeceiras do Pantanal, Amolar Experience, Felinos Pantaneiros, Memorial do Homem Pantaneiro, Brigada Alto Pantanal e Estratégias para Conservação da Natureza. Saiba mais em https://institutohomempantaneiro.org.br/. O IHP também integra o Observatório Pantanal.