Veja o que fazer se encontrar um animal selvagem na cidade: caso jaguatirica

O Grupo Técnico Onças Urbanas Corumbá-Ladário atuou na Alameda Jaguatirica, no bairro Jatobazinho, para resgatar uma jaguatirica, que estava debilitada. O animal foi encontrado por moradores e houve o acionamento por volta das 19h do dia 2 de setembro de 2025, terça-feira, da Superintendência Municipal de Proteção e Defesa Civil de Corumbá.

Um agente foi deslocado até o endereço e constatou tratar-se de uma jaguatirica (Leopardus pardalis), que se encontrava ferida e acuada no interior de um depósito. O local foi isolado e os moradores orientados a se afastarem, evitando riscos e permitindo que o animal permanecesse mais calmo até a chegada das equipes de apoio.

O Grupo Técnico Onças Urbanas Corumbá-Ladário é formado pelo IBAMA, Fundação de Meio Ambiente do Pantanal (Prefeitura de Corumbá), Superintendência Municipal de Proteção e Defesa Civil de Corumbá (Prefeitura de Corumbá), Bombeiros, Polícia Militar Ambiental, Jaguarte (pesquisador associado Diego Viana) e Instituto Homem Pantaneiro (IHP).

Para o resgate da jaguatirica foram acionados o Corpo de Bombeiros Militar e o IHP, com a presença do biólogo Sérgio Barreto e do analista ambiental médico-veterinário Luka Gonçalves. Após avaliação, verificou-se que seria necessário o uso de sedativo para garantir a captura em segurança, preservando tanto a integridade do animal quanto da equipe envolvida.

O procedimento de contenção foi conduzido da forma menos agressiva possível, utilizando rede de captura e gaiola de transporte específica para fauna silvestre. A jaguatirica, uma vez sedada e estabilizada, foi conduzida sob supervisão técnica à Fundação de Meio Ambiente do Pantanal (FMAP). A equipe da FMAP fez um primeiro atendimento veterinário. O animal passou a noite na sede da fundação e foi levado para o CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande, pela Polícia Militar Ambiental de Corumbá, na manhã do dia 3 de setembro de 2025, quarta-feira.

No CRAS, a jaguatirica vai passar por exames e acompanhamento. Ainda haverá monitoramento contínuo para ser definido, futuramente, qual será o destino do animal.

O Grupo Técnica destaca que a presença de felinos na área urbana de Corumbá e Ladário pode ocorrer em função da proximidade da cidade com o Pantanal. Além disso, a redução de áreas de habitat natural e a busca por alimento ou abrigo pode também trazer esses animais para a cidade. Em geral, esses avistamentos ocorrem em regiões urbanas que ficam próximas à mata ou à beira do rio Paraguai, bem como do Canal Tamengo.

Em situações semelhantes, a orientação das autoridades é clara: não tentar capturar, espantar ou se aproximar do animal. A população deve acionar imediatamente os canais oficiais de emergência, tais como Em caso de avistamento de onça, a população deve comunicar às autoridades competentes, como a Polícia Militar Ambiental, pelo telefone (67) 99266-4052, além do 193 dos Bombeiros.

Protocolos de conduta 

  1. Visualização à distância/sem risco imediato 
  • Mantenha distância (mínimo de 100 m, se possível). NÃO corra!
  • Não se aproxime (em hipótese alguma) para fotografar ou filmar.
  • Estimule outras pessoas a se afastarem calmamente.
  • Não fique de costas para o animal e tente fazer bastante barulho.
  • Comunique imediatamente pelo grupo e canais oficiais, indicando local, horário, se possível GPS, e comportamento do animal. 
  1. Encontro próximo (menor a 30 metros) 
  • Mantenha-se calmo, NÃO corra!
  • Fique em pé, mostre-se grande e faça barulhos firmes (falar alto, bater palma).
  • Recolha crianças pequenas ao colo, agrupe pessoas.
  • Afaste lentamente, sempre de frente para a onça, sem fazer movimentos bruscos.
  • Tocar buzina de ar comprimido.
  • Mantenha portas e portões de casas fechados à noite.
  • Comunique imediatamente pelo grupo e canais oficiais, indicando local, horário, se possível GPS, e comportamento e características (se possível) do animal. 
  1. Encontro próximo com indicação de ataque (animal abaixado, com patas flexionadas, olhar fixo na pessoa e ponta de rabo batendo com constância) 
  • NÃO vire as costas, NÃO corra.
  • Toque a buzina.
  • Busque amparo em local protegido imediatamente (dentro da casa, veículo, comércio).
  • Continue fazendo barulho intenso se não conseguir abrigo imediato.
  • Jamais tente enfrentar ou cercar o animal.
  • Comunique imediatamente pelo grupo e canais oficiais, indicando local, horário, se possível GPS, e comportamento do animal.

Veja a nota técnica divulgada em junho de 2025, assinada por diferentes instituições, sobre ações para mitigação do conflito humano-onça, clique aqui.

SOBRE O IHP

O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Fundado em 2002, em Corumbá (MS), atua na conservação e restauração do Pantanal e para a valorização da cultura pantaneira.

Entre as atividades desenvolvidas pela instituição destacam-se a gestão de áreas protegidas, o desenvolvimento e apoio a pesquisas científicas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse na área.

As ações prioritárias do IHP são feitas nos pilares para proteção da biodiversidade, mitigação das mudanças climáticas e atuação conjunta com comunidades tradicionais e de povos originários para apoiar o desenvolvimento sustentável. O IHP também integra o Observatório Pantanal, o Observatório Rodovias Seguras, o GT de Coexistência Humano-Onça, os PANs Ariranha e Onça-pintada, além do Comitê Estadual do Fogo em Mato Grosso do Sul. Saiba mais em https://institutohomempantaneiro.org.br/

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