Programação cultural no Memorial, em Corumbá, destaca história do povo pantaneiro

O Instituto Homem Pantaneiro (IHP), com apoio do Instituto Viva Pantana!, montou uma programação entre os dias 2 a 5 de outubro, no Memorial Homem Pantaneiro (Ladeira José Bonifácio, 161, Porto Geral, Corumbá-MS), para valorizar a história e cultura do povo pantaneiro. A entrada nos eventos são sempre gratuitas e aberta para todo o público de Corumbá, Ladário, municípios fronteiriços de Puerto Quijarro e Puerto Suárez, bem como turistas na região.

As atividades reforçam a data de 4 de outubro, que remonta ao Dia do Homem Pantaneiro. A proposta surgiu a partir de esforços da Sociedade de Defesa do Pantanal (Sodepan), em meados de 1980.

O calendário de atividades envolvem:

  • Entre 2 a 5 de outubro – Exposição fotográfica Comitiva Saberes Pantaneiros, com imagens produzidas por Luiz Mendes. A visitação estará aberta das 8h30 às 11h e das 15h às 18h.
  • Dias 2 e 3 de outubro – Oficina de catalogação do acervo com um pantaneiro. Voltada para crianças e jovens atendidos no Moinho Cultural, essa atividade vai apresentar os diferentes objetos utilizados na lida do campo de um pantaneiro, incluindo o manuseio desses materiais no Memorial Homem Pantaneiro. Essas atividades vão acontecer entre 9h e 10h30 e entre 15h e 16h30.
  • Dia 4 de outubro – Quebra-torto com Elas, roda de conversa com mulheres. Entre 8h30 e 10h, neste dia, as mulheres de diferentes idades estão convidadas a participar de uma roda de conversa para relatarem desafios da vida cotidiana no Pantanal, superações e exemplos de inspiração. A entrada é gratuita.
  • Dia 4 de outubro – Oficinas de Pintura e Argila. Entre 8h30 e 10h, também das 15h às 16h30, crianças e jovens com idade entre 5 e 12 anos podem participar dessa oficina para descobrirem habilidades manuais e entender mais sobre como essas técnicas vêm sendo utilizadas ao longo dos anos no Pantanal.
  • O Memorial Homem Pantaneiro é um programa permanente do IHP, funciona como centro cultural, com reconhecimento de Ponto de Memória pelo IBRAM (2023), e promove a cultura rural pantaneira, seus costumes, tradições e jeito de ser em um trabalho alinhado à importância da conservação do Pantanal. O Memorial pode ser visitado no edifício Casa Vasquez & Filhos, que fica ao lado da sede do IHP, em Corumbá (MS), no Porto Geral. Saiba mais sobre o Memorial aqui.

Nesse período de atividades em alusão ao dia 4 de outubro, Dia do Homem Pantaneiro, a visitação segue aberta para o público. A nova exposição de longa duração no Memorial Homem Pantaneiro foi possível com recursos financiados via Lei de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, Governo Federal. São parceiros: Ambiental MS Pantanal/ Instituto AegeaISA ENERGIA BRASILHinove, Fort Atacadista (Grupo Pereira) Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.

Celebrar o Dia do Homem Pantaneiro

A primeira celebração do Dia do Homem Pantaneiro ocorreu na fazenda Rodeio, na Nhecolândia (município de Corumbá, em Mato Grosso do Sul). Essa propriedade rural está na planície pantaneira e foi um dos primeiros locais de criação de gado no pós-Guerra do Paraguai, ou seja, é uma fazenda com história centenária.

Na época da criação da data, o Pantanal estava em guerra diante da ação de contrabandistas de peles de jacarés. A intenção da Sodepan foi revigorar o sentimento de pertencimento e valorizar as tradições pantaneiras.

Em termos de legislação, a lei ordinária n. 3596, de 12 de dezembro de 2008, instituiu em Mato Grosso do Sul a Semana de Valorização da Cultura Pantaneira, que ia do período de 4 a 10 de outubro. Em 2009 ela sofreu alteração pela Lei n. 3791, de 25 de novembro de 2009, e passou a ser entre 12 a 18 de novembro. Em Mato Grosso, a Lei n. 5.835, de 3 de outubro de 1991, instituiu o Dia do Homem Pantaneiro para aquele estado.

Um dos registros principais para se celebrar a data é a questão do ser humano viver no Pantanal de forma intensa e envolvendo a coexistência entre natureza e produção econômica há 286 anos, completados agora em 2023. O primeiro registro oficial de atividade pecuária em terras pantaneiras data de 1737, conforme informações da Sodepan.

O dia 4 de outubro também é usado para celebrar o Dia Mundial da Natureza. A Associação Brasileira do Ministério Público do Meio Ambiente apontou que a data foi criada com o intuito de incentivar a reflexão sobre o cuidado com os animais, preservação e a importância e influência que eles têm na vida das pessoas.

A data foi instituída em 1930, em homenagem a São Francisco de Assis, que era um protetor dos animais e faleceu em dia 4 de outubro de 1226. A celebração do Dia Mundial da Natureza ganhou representatividade a partir de 1978, após a Unesco criar também a Declaração Universal dos Direitos dos Animais. Nesse documento, há entendimento sobre o respeito e a proteção dos animais pelo homem.

Não existe uma afirmação que comprova a ligação entre o Dia do Homem Pantaneiro com o Dia Mundial da Natureza, mas ambas as datas buscam a coexistência e o respeito ao planeta e às suas riquezas naturais.

SOBRE O IHP

O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Fundado em 2002, em Corumbá (MS), atua na conservação e restauração do Pantanal e para a valorização da cultura pantaneira.

Entre as atividades desenvolvidas pela instituição destacam-se a gestão de áreas protegidas, o desenvolvimento e apoio a pesquisas científicas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse na área.

As ações prioritárias do IHP são feitas nos pilares para proteção da biodiversidade, mitigação das mudanças climáticas e atuação conjunta com comunidades tradicionais e de povos originários para apoiar o desenvolvimento sustentável. O IHP também integra o Observatório Pantanal, o Observatório Rodovias Seguras, o GT de Coexistência Humano-Onça, os PANs Ariranha e Onça-pintada, além do Comitê Estadual do Fogo em Mato Grosso do Sul. Saiba mais em https://institutohomempantaneiro.org.br/

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