Onça-pintada torna-se referência para conservação do Pantanal com projeto inédito no Brasil

Ciência e inovação aplicadas pela ERA e IHP envolve projeto em área equivalente a 50 mil campos de futebol, com impactos econômico e social para a biodiversidade e 57 famílias ribeirinhas

Para se obter uma medida realmente efetiva de combate ao risco da caça ilegal, perda e fragmentação de habitat seja por desmatamento ou incêndios florestais, e redução do conflito entre ser humano e a onça-pintada no Pantanal, projeto de créditos de biodiversidade foi estruturado para a Serra do Amolar com uso de ciência e inovação. O projeto inédito no Brasil envolve a atuação do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), a ERA, Regen e Okala, já foi discutido durante o Web Summit Rio deste ano e foi lançado oficialmente neste 18 de junho, no AYA Hub (Torre Rio Claro Offices – 6º andar, Alameda Rio Claro, 28, Bela Vista, São Paulo).

São apoiadores do evento de lançamento a GM, ISA CTEEP, Documenta Pantanal, bem como os fotógrafos Sebastião Salgado, Araquém Alcântara e Luciano Candisani, que doaram fotografias exclusivas de onças-pintadas para serem revertidas em créditos de biodiversidade.

O presidente do IHP e membro do Explorers Club 50, Angelo Rabelo, detalha que os créditos de biodiversidade garantem medidas eficazes de conservação. “Estamos diante de um projeto que representa um grande avanço quando tratamos de conservar a natureza. É uma proposta que acontece no Pantanal agora e que poderá ser replicada para outros biomas.”

Presidente do IHP, Angelo Rabelo

A ERA (Ecosystem Regenaration Associates), uma referência no mercado para desenvolver projetos de conservação ambiental e ações voltadas para pagamento de serviços ambientais (PSA), foi responsável pela elaboração da metodologia de créditos de biodiversidade. Com essa metodologia se torna possível mensurar o impacto de um trabalho que já ocorre há mais de 20 anos e é desenvolvido por pesquisadores da ONG Instituto Homem Pantaneiro (IHP) em um território de Patrimônio Natural da Humanidade, em Mato Grosso do Sul (Brasil). A sede do IHP fica em Corumbá (MS).

Esse projeto de créditos de biodiversidade ocorre em uma área de aproximadamente 50 mil hectares (equivalente a 50 mil campos de futebol), distribuídos em três RPPNs localizadas na Serra do Amolar, borda oeste do Pantanal de MS. Ainda estão envolvidas nas ações de conservação quatro comunidades ribeirinhas, o que representa ao menos 57 famílias mapeadas.

A Regen Network, plataforma de marketplace para o mercado mundial de biodiversidade e conservação, e a Okala, empresa global que direciona cientistas em biodiversidade e ecologia para atuar na conservação de projetos em 1 milhão de hectares de áreas monitoradas na América do Sul, África e Europa, são parceiros nesse projeto.

Os créditos gerados pelo projeto significam uma iniciativa direta de impacto positivo para o planeta e uma forma real de se engajar com a conservação de um Patrimônio Natural da Humanidade e a espécie guarda-chuva – a onça-pintada. Os créditos podem ser adquiridos por empresas e propriedades rurais com política ESG ou pessoas físicas, via a plataforma da Regen (https://buy.stripe.com/00gdUCdae2Racqk147)

CEO da ERA, Hannah Simmons

Hannah Simmons, fundadora e CEO da ERA, é engajada em empreendedorismo de impacto e já atua há 15 anos com projetos de conservação.

“Estamos na vanguarda da luta contra a perda de biodiversidade, pavimentando o caminho para um modelo de conservação que é tanto sustentável quanto replicável. A nossa Metodologia de Biodiversidade se destaca por sua adaptabilidade a qualquer espécie de mamífero e aves em diferentes biomas. Nosso objetivo era desenvolver uma metodologia que recompensasse de forma simples os guardiões da terra que estão conservando a vegetação nativa. Um pagamento por serviços ecossistêmicos para a conservação, mas que não se baseia unicamente no risco de desmatamento, como o mecanismo REDD+ do mercado de carbono. Acreditamos que a vegetação nativa possui valor intrínseco, para além do conceito de adicionalidade, e que precisamos urgentemente impulsionar o financiamento para a conservação a fim de proteger a vegetação nativa remanescente, pois o habitat e a biodiversidade são cruciais para a sobrevivência humana. O número de créditos está, portanto, fundamentado na quantidade de hectares de vegetação nativa que o guardião da terra está preservando, monitorando e aplicando ações de proteção à espécie guarda-chuva”, explica.

O projeto atual está direcionado na presença da onça-pintada no território mapeado. A espécie é chamada de guarda-chuva porque sua proteção acaba por englobar a conservação de uma enorme variedade de espécies de animais e plantas. Nessa região do projeto, ao se proteger a onça-pintada, existe um impacto direto também em mais de 10 espécies de mamíferos ameaçados em território nacional, dentre eles o tamanduá-bandeira, a anta, o queixada e o tatu-canastra; e mais três espécies de aves, dentre elas o mutum e a tiriba-da-cara-suja, um pequeno periquito de distribuição restrita à borda oeste do Pantanal.

Grasiela Porfírio é doutora em Ecologia e Conservação e atua no IHP para a conservação direta da onça-pintada. “A onça-pintada sofre com a ameaça da caça ilegal, motivada por diversos fins, sendo o principal deles a retaliação por prejuízos causados pela depredação de rebanhos e animais de criação. Outra ameaça é a perda e fragmentação de habitat com consequente redução da oferta de presas naturais (o que pode acentuar o conflito com produtores rurais). Outra grande e talvez principal ameaça nos dias atuais são os grandes incêndios florestais. Usamos inteligência artificial para prevenir o fogo, armadilhas fotográficas para o monitoramento da fauna e colares de GPS telemetria para investigar os padrões de movimentação e uso do habitat pelas onças-pintadas, aliadas às ferramentas de geoprocessamento de dados”, detalha a pesquisadora.

Sócia Aya Earth Partners, Patrícia Ellen

Gregory Landu, fundador e CEO da Regen Network, plataforma de marketplace para o mercado de biodiversidade e conservação, reforça a necessidade de uso da tecnologia e metodologias para garantir aplicações de pagamento por serviços ambientais (PSA), com resultado positivo para o Planeta e a vida das pessoas.

“A ERA está liderando uma abordagem profundamente inovadora para ampliar o financiamento da conservação. A abordagem de crédito para a espécie guarda-chuva da onça-pintada integra guardiões da terra, monitoramento rigoroso e empoderamento comunitário para criar um sistema transparente, eficiente e eficaz de apoio à conservação. A Regen Network e toda a comunidade e mercado devem uma dívida de gratidão pelo trabalho pioneiro da ERA.”

Vice-presidente da GM América do Sul, Fabio Rua

O vice-presidente da GM América do Sul, Fabio Rua, reconhece que os esforços para mitigar os impactos ambientais devem ser feitos com uma união de esforços.

“O apoio da GM a iniciativas de conservação e preservação da biodiversidade acompanha a visão de futuro sustentável da companhia, que prevê um mundo com zero acidente, zero emissão e zero congestionamento, a partir da eletrificação da mobilidade. Para a GM, o compromisso com a sustentabilidade extrapola seus produtos e operações, englobando também a proteção ao meio ambiente e o trabalho junto às comunidades. Preservar a biodiversidade é um dever compartilhado entre toda a sociedade, incluindo nós, que somos uma companhia com presença centenária no Brasil. O apoio ao IHP amplia e difunde a preservação do nosso ecossistema e ser testemunha da dedicação desta instituição em promover a conservação da natureza é gratificante. Estão desempenhando um papel fundamental na proteção do Pantanal, contribuindo para a mitigação dos impactos ambientais e para a promoção de práticas sustentáveis”, diz Fabio Rua, vice-presidente da GM América do Sul.

Para Ana Carolina David, gerente de comunicação, sustentabilidade e relações institucionais da ISA CTEEP, líder em transmissão de energia no Brasil, “apoiar o evento de lançamento deste projeto inovador no Brasil evidencia nosso compromisso com o meio ambiente e com medidas eficazes de conservação. Já temos uma parceria com o IHP no âmbito do Programa Conexão Jaguar, que também atua no Pantanal, e defendemos a cooperação conjunta para a preservação desse importante bioma”.

Analista de sustentabilidade ISA Conexiones, Sebastian Ramirez Giraldo

Pré-financiamento

O pré-financiamento do projeto de créditos de biodiversidade para a onça-pintada no Pantanal está disponível para empresas, startups e pessoas físicas na plataforma da Regen ao investimento de US$ 2. Para conhecer mais, acesse https://buy.stripe.com/00gdUCdae2Racqk147.

Julio Alquereres, da Carbon 4412
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