A história, em detalhes, da formação de uma sub-região do Pantanal hoje conhecida como Nhecolândia está no livro “Memórias de Um Pantanal: Histórias de homens e mulheres que desvendaram a região do Rio Negro”, de Teté Martinho, produzido com o Documenta Pantanal. Essa obra vai ser lançada em São Paulo, no dia 13 de fevereiro, e toda a renda obtida com a aquisição do livro será revertida para a manutenção da Brigada Alto Pantanal, iniciativa do Documenta Pantanal, IHP (Instituto Homem Pantaneiro) e Wahba Filmes, e Brigadas Pantaneiras. Elas atuam na prevenção e combate aos incêndios florestais em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Após o lançamento, o livro estará disponível para compra na Biblioteca do Documenta Pantanal, que pode ser acessada neste link.
O foco do Documenta Pantanal é documentar, valorizar e difundir a cultura e a natureza pantaneiras com ações educativas e culturais – filmes, livros, reportagens. Criado em 2019, reúne estudiosos, empresários, artistas e produtores, contribuindo para o desenvolvimento de ações em múltiplos meios e formatos (exposições, livros, vídeos e documentários, por exemplo) que, mais do que celebrarem a beleza e a biodiversidade desse ecossistema, pretendem chamar a atenção da sociedade para a urgência em conhecer e conservar este patrimônio da Humanidade abordando esse ecossistema por uma perspectiva cultural e social.
Em sua proposta editorial, o Documenta atua para contribuir para a construção de uma biblioteca de referência sobre a história, a cultura e a visualidade pantaneiras, seja resgatando conteúdos clássicos, seja criando ou apoiando obras novas. Nesse sentido, um novo título vem se integrar a seu portfólio com o lançamento, em 13 de fevereiro, em São Paulo, na Livraria da Travessa, de “Memórias de Um Pantanal: Histórias de homens e mulheres que desvendaram a região do Rio Negro”, escrito pela jornalista Teté Martinho.
A convite do Documenta, ela fez uma imersão na história da família do pioneiro Cyriaco Rondon (tio-avô do marechal Candido Rondon), que, no começo do século 20, era dono de quase metade da sub-região pantaneira conhecida hoje como Nhecolândia. Para construir sua narrativa e contar a saga da família, a autora teve acesso a antigos diários, fotos de época, mapas e outros documentos herdados pelos descendentes. Em dois anos de pesquisa também entrevistou fazendeiros, empresários, historiadores e conservacionistas para ilustrar o início do povoamento e o desenvolvimento das terras às margens do Rio Negro.
Em versão bilíngue (português e inglês), o livro, em suas 296 páginas, sobrevoa a história de uma das nove sub-regiões do Pantanal, mostrando os movimentos que levaram à sua formação cultural. “O fato de ter sido uma grande propriedade, e a natureza, impiedosa, que forçou o homem a adaptar sua atividade ao regime de cheias, inclusive a pecuária, acabaram contribuindo para preservar o ecossistema”, afirma Teté.
Para Mônica Guimarães, da coordenação do Documenta, este título traz à tona um Pantanal de grande beleza e história intrincada, pouco conhecida até dos brasileiros. Ainda de acordo com ela, “retraçá-la minimamente, a partir do fio condutor da descendência de um pioneiro não teria sido possível sem a colaboração preciosa dos netos e bisnetos de Cyríaco Rondon, que se dispuseram a compartilhar as memórias de família”.
Nesse cenário, a saga pantaneira se revela desde a busca de ouro e prata dos primeiros tempos até o combate atual ao risco de desertificação da maior área alagável do planeta. “Tão intrigantes quanto personagens ficcionais, como o José Leôncio das duas versões da telenovela que ajudou a popularizar a região, pessoas reais como Cyríaco Rondon e a mulher, Thomázia, contribuem para mapear as raízes do Pantanal contemporâneo”, afirma a autora.
“Memórias de Um Pantanal: Histórias de homens e mulheres que desvendaram a região do Rio Negro” foi realizado via Lei de Incentivo à Cultura e contou com o patrocínio da Companhia Siderúrgica Nacional – CSN e da Rodobens.
Sobre Teté Martinho
Jornalista cultural, nasceu no Rio de Janeiro, em 1963. Foi editora, correspondente e repórter especial da Folha de S. Paulo e redatora-chefe da revista Bravo!, entre outras. Publicou os livros-reportagem “ 5 Saraus, cada qual com sua poesia, cada qual com sua fúria” (Imprensa Oficial, 2015) e “Guia Triângulo Histórico SP” (Estação, 2013). É coautora do projeto da revista bilíngue Pororoca, sobre a Amazônia (2008-2009), e assinou a coluna Crítica de Loja na Folha de S. Paulo de 2007 a 2014.
Coordenou a edição dos catálogos das exposições Eduardo Viveiros de Castro, fotógrafo (Sesc Ipiranga, 2017) e Olafur Eliasson _ Seu Corpo da Obra (Sesc Pompeia, 2011), entre outros. Em 2011, ganhou o Jabuti de prata, na categoria Livro de Arte, por “Joseph Beuys – A revolução somos nós” (Edições Sesc, 2010). Está à frente da Letra da Cidade, selo editorial que reúne as publicações dos institutos socioeducativos e culturais Acaia e Çarê.
Sobre o IHP e a Brigada Alto Pantanal
O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Fundado em 2002 e instituído no dia 30 de março de 2012 em Corumbá (MS), atua na conservação e preservação do bioma Pantanal e da cultura local.
Entre as atividades desenvolvidas pela instituição destacam-se a gestão de áreas protegidas, o desenvolvimento e apoio a pesquisas científicas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse na área. Os programas que o Instituto atua são Rede Amolar, Cabeceiras do Pantanal, Amolar Experience, Felinos Pantaneiros, Memorial do Homem Pantaneiro, Brigada Alto Pantanal e Estratégias para Conservação da Natureza. Saiba mais em https://institutohomempantaneiro.org.br/.
A Brigada Alto Pantanal tem atuação permanente e foi criada em 2020, durante os graves incêndios que devastaram o bioma naquele ano. Ela atua diretamente na região da Serra do Amolar e com a redução dos focos de calor, sua atuação é com o trabalho preventivo e de mitigação. A Brigada Alto Pantanal cria rotas de fuga para animais e pessoas, produz aceiros em áreas consideradas estratégicas, realiza o plantio de mudas para recuperação de áreas atingidas e atua diretamente para reduzir material orgânico que pode propagar grandes incêndios.
Entre 2022 e agora 2023 a Brigada Alto Pantanal desempenha a função de contribuir no plantio de 25 mil mudas, com apoio do Funbio (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade). Já foram plantadas mais de 6 mil mudas.
Biblioteca Documenta Pantanal
Em seu acervo de títulos, a biblioteca do Documenta contempla distintas visões do Pantanal. Entre os highlights de seu portfólio, livros de arte de grandes fotógrafos brasileiros – como os de João Farkas, Araquém Alcântara e Luciano Candisani –, uma edição dedicada à gastronomia pelas mãos do chef Paulo Machado e os relatos e experiências da jornalista Claudia Gaigher em “Diários de uma Repórter no Pantanal”.
Sobre o Documenta Pantanal
Criado em 2019, o Documenta Pantanal é uma iniciativa que reúne profissionais de áreas diversas em torno da urgência de tornar as fragilidades e as riquezas do Pantanal Mato-grossense mais conhecidas do público. Trabalhando por um bioma vivo, produtivo e exuberante, cria, provoca e apoia ações e conexões para mapear a cultura da região, apontar soluções de conservação e gerar recursos de proteção.
SERVIÇO
Título: Memórias de Um Pantanal – Histórias de homens e mulheres que desvendaram a região do Rio Negro
Lançamento: 13/2, às 19h, na Livraria Travessa (R. dos Pinheiros, 513 – Pinheiros)
Pesquisa e texto: Teté Martinho
Projeto gráfico e ilustração: Letícia Moura
Fotos e reproduções: Everton Ballardin
Versão em inglês: Ana Elisa Igel
Editora: Documenta Pantanal
ISBN: 978-65-996829-4-0
Ano de edição: 2022
Número da edição: 1ª
Formato: 26 cm x 23 cm
Páginas: 296
Preço: R$ 60
*Texto Assessoria IHP, com Baobá Comunicação