Representantes do Sebrae/MS, da Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO), Sindicato Rural de Corumbá, Instituto Homem Pantaneiro (IHP), Embrapa Gado de Corte, Embrapa Pantanal e Embrapa Pecuária Sul (RS) reuniram-se nesta segunda-feira (27) na sede do IHP e no Centro Sebrae Pantanal, em Corumbá (MS), para discutir a produção da Carne Sustentável do Pantanal por meio da convergência das práticas conservacionistas e produtivas no bioma.
Na ocasião, a analista-técnica do Sebrae/MS, Kátia Muller, apresentou o trabalho que o Sebrae vem executando, por meio do programa Pró Pantanal, para apoiar a ABPO junto à proposta da Indicação Geográfica (IG) da Carne Sustentável do Pantanal. Com esta iniciativa, o objetivo é agregar valor ao produto mostrando a potencialidade do território através da biodiversidade e da própria cultura.
“O apoio do Sebrae junto aos parceiros locais nos processos e iniciativas para a valorização dos produtos do território são fundamentais para o desenvolvimento econômico da região, além de contribuir na interação e integração das culturas produtivas promovendo o fortalecimento socioeconômico e ambiental do território”, avaliou.
O presidente da ABPO, Eduardo Cruzeta, relatou a participação da sociedade civil, produtores e comunidade científica, ressaltando que a associação está realizando pedidos de ampliação de estudos técnicos aplicados ao Pantanal, a produção sustentável, o aproveitamento das riquezas existentes e a integração da flora nativa nos processos de produção pecuária para melhoria da biodiversidade pantaneira.
“A Carne Sustentável do Pantanal terá o carbono neutro como um de seus principais atributos. O produto será gerado a partir da utilização de técnicas sustentáveis e irá compor a marca da carne”, disse Cruzeta. Ele também apresentou resultados de um teste para comparação da Carne Sustentável do Pantanal com carne em confinamento disponível no mercado. Embora não tenha tido acesso ao resultado final do teste, a prévia demonstrou que a primeira se sobressaiu na opinião de qualidade.
O presidente do IHP, Ângelo Rabelo, enfatizou a importância de estabelecer diálogo sobre o valor agregado pela biodiversidade e a valoração da carne pantaneira, afirmando que “é necessário incluir a sociedade no processo e estimular a construção de pontes entre as entidades que trabalham pelo desenvolvimento sustentável do Pantanal”.
A pesquisadora da Embrapa Pantanal, Sandra Aparecida Santos, descreveu a Indicação Geográfica como o “guarda-chuva” de todos os produtos do Pantanal. “O pasto nativo é importante para a produtividade e os corredores ecológicos para a sustentabilidade da produção. É necessário conciliar pasto nativo e não nativo para conservação e produtividade, essa é a proposta para a fazenda sustentável”, afirmou a pesquisadora.
O encontro realizado no IHP ainda serviu para aproximar os pesquisadores da Embrapa com a equipe-técnica do Programa Felinos Pantaneiros. Houve troca de informações sobre o desenvolvimento do trabalho no Pantanal para garantir a convivência entre o setor produtivo e mitigar ataques de grandes felinos ao rebanho de gado.
O pesquisador da Embrapa Danilo Menezes Sant’Anna, que contribuiu para desenvolver pesquisas ligadas a Identificação Geográfica no Rio Grande do Sul e atualmente atua para contribuir no trabalho de elaborar um futuro selo de IG da carne pantaneira, trocou experiências com o coordenador do Felinos Pantaneiros, Diego Vianna.
Os pesquisadores Rodiney de Arruda Mauro e Sandra Aparecia Santos, ambos do Embrapa, também participaram da conversa técnica. Essa reunião vai gerar novos desdobramentos para que ocorra trabalho conjunto para avançar na definição do IG da carne pantaneira.
O IHP já possui parceria com a ABPO para atuar em ações que garantem a conservação da onça-pintada e da onça parda em áreas de criação de gado, no Pantanal. O Instituto também é parceiro do Sebrae/MS em atividades para promoção do desenvolvimento na região do Alto Pantanal.
Sobre o IHP
O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Fundado em 2002 e instituído no dia 30 de março de 2012 em Corumbá (MS), atua na conservação e preservação do bioma Pantanal e da cultura local.
Entre as atividades desenvolvidas pela instituição destacam-se a gestão de áreas protegidas, o desenvolvimento e apoio a pesquisas científicas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse na área. Os programas que o Instituto atua são Rede Amolar, Cabeceiras do Pantanal, Amolar Experience, Felinos Pantaneiros, Memorial do Homem Pantaneiro, Brigada Alto Pantanal e Estratégias para Conservação da Natureza. Saiba mais em https://institutohomempantaneiro.org.br/.
Sobre o Pró Pantanal
O Pró Pantanal – Programa de Apoio à Recuperação Econômica do Bioma Pantanal é uma iniciativa do Sebrae para fomentar atividades econômicas nos eixos do turismo, da economia criativa e do agronegócio existentes no Pantanal.
O programa tem apoio da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Federação das Associações Empresariais de Mato Grosso do Sul (FAEMS), Instituto do Meio Ambiente de MS (Imasul) e Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).
Para obter mais informações sobre o programa Pró Pantanal e suas ações, fale com o Sebrae pelo número 0800 570 0800.
*Matéria Sebrae/MS, com IHP