Equipe do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) participou da reunião do projeto Andanças do Patrimônio, durante o Festival América do Sul, em Corumbá, neste dia 15/5. A reunião foi uma contribuição para a elaboração do primeiro plano setorial nacional em patrimônio cultural e do marco regulatório do Sistema Nacional do Patrimônio Cultural. Esses dois documentos são considerados fundamentais para o sistema se consolidar, os quais orientarão a atuação governamental, fortalecerão a transparência, a ampliação, a participação social da gestão do patrimônio cultural.
O encontro reuniu gestores culturais estaduais e municipais e instituições acadêmicas, conselhos de cultura, fazedores de cultura, agentes culturais locais, organizações públicas e privadas atuantes na preservação e salvaguarda do patrimônio cultural em toda a sociedade interessada para contribuir com a construção coletiva de diretrizes, metas e instrumentos de gestão com vista a ampliar a discussão sobre como preservar e promover o patrimônio.
O diretor-presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul esteve presente no debate e explica que o evento foi uma construção feita junto com o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). “Ele (Festival América do Sul) traz em sua essência, até por isso ele é feito todinho na ladeira Porto Geral, e o IPHAN entendeu que o Andanças deveria estar junto conosco dentro do Festival. Foi uma parceria com o IPHAN e o Ministério da Cultura para que a gente pudesse neste momento chamar os outros municípios e discutirmos a manutenção e a preservação, tanto do nosso patrimônio material como imaterial do estado de Mato Grosso do Sul”.
Cerjane Pacini, diretora do Departamento de Articulação, Fomento e Educação do IPHAN, disse que o evento é muito importante para trazer o contexto do processo de curvamento do Brasil nessa diversidade que faz parte da nossa história. “Ir até Corumbá, que é uma cidade que faz parte importante da história de Mato Grosso do Sul é um momento muito importante que leva em consideração esses contextos locais”.
O superintendente do IPHAN-MS, João Santos, afirmou que o Andanças tem a perspectiva de estar presente nos 26 estados e no Distrito Federal. “A ideia é que a gente ocupe as capitais, mas aqui em Mato Grosso do Sul eu solicitei e fui atendido para que esta ação fosse aqui em Corumbá, porque Corumbá é a nossa joia de Mato Grosso do Sul com relação ao patrimônio cultural, é fantástico a gente poder discutir o futuro, o que a gente quer para as próximas gestões, que as políticas públicas não tenham uma descontinuidade.Estar aqui em Corumbá com o Andanças é representar Mato Grosso do Sul com as nossas particularidades, questões de fronteira, questões indígenas, questões quilombolas, e que essas representações tão particulares nossas de Mato Grosso do Sul reverberem nas políticas nacionais enquanto Sistema Nacional do Patrimônio Cultural.”
Durante um dia de discussões, participaram pelo IHP Maria Eduarda Oliveira, gestora do Memorial Homem Pantaneiro, e Rodolfo César, assessor de imprensa. O Instituto contribuiu com argumentos e proposições para integrar a formatação do primeiro plano setorial nacional em patrimônio cultural e do marco regulatório do Sistema Nacional do Patrimônio Cultural.
O IHP atua em conjunto com as autoridades federais e estaduais para garantir o patrimônio histórico ao manter a ocupação do Prédio Vasquez, que fica no Porto Geral de Corumbá, com o Memorial Homem Pantaneiro – programa do Instituto que é um Ponto de Memória reconhecido pelo IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus) e busca conservar e valorizar a cultura pantaneira.
A Casa Vasquez & Filhos é um modelo de ocupação de espaços tombados como Patrimônio Histórico Nacional. A construção do prédio foi iniciada em 1814, resistiu à devastação da Guerra do Paraguai (1864-1870) e a conclusão ocorreu em 1898. O construtor foi o italiano Martinho Santa Lucci. A inauguração do prédio ocorreu em 1900 pela família Vasquez.
O prédio foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) e recuperado pelo Programa Monumenta, do Ministério da Cultura. Em 2024, o Memorial Homem Pantaneiro passou por remodelação do espaço físico. As novidades são implantação de acessibilidade, nova cenografia, criação de espaço dedicado à mulher pantaneira, utilização de recursos audiovisuais para trazer uma parte da história pantaneira para os visitantes.
A nova exposição de longa duração no Memorial Homem Pantaneiro foi possível com recursos financiados via Lei de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, Governo Federal. São parceiros: Ambiental MS Pantanal/ Instituto Aegea, ISA ENERGIA BRASIL, Hinove, Fort Atacadista (Grupo Pereira) e Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.
Durante o Festival América do Sul de 2025, o Memorial integrou também a programação com visitação aberta ao público gratuitamente e lançamento de livro, veja mais mais.
Sobre o IHP
O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Fundado em 2002, em Corumbá (MS), atua na conservação e restauração do Pantanal e para a valorização da cultura pantaneira. Entre as atividades desenvolvidas pela instituição destacam-se a gestão de áreas protegidas, o desenvolvimento e apoio a pesquisas científicas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse na área.
Entre as atividades desenvolvidas pela instituição destacam-se a gestão de áreas protegidas, o desenvolvimento e apoio a pesquisas científicas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse na área. As ações prioritárias do IHP são feitas nos pilares para proteção da biodiversidade, mitigação das mudanças climáticas e atuação conjunta com comunidades tradicionais e de povos originários para apoiar o desenvolvimento sustentável. O IHP também integra o Observatório Pantanal, o Observatório Rodovias Seguras, o GT de Coexistência Humano-Onça, os PANs Ariranha e Onça-pintada, além do Comitê Estadual do Fogo em Mato Grosso do Sul. Saiba mais em https://institutohomempantaneiro.org.br/