Equipe do programa Cabeceiras do Pantanal, mantido pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP), realiza operação na região do rio da Prata, entre os municípios de Jardim e Bonito, em operação de vistoria sobre passivos ambientais e para resgate de peixes, que ficaram presos em superfície de água com baixo nível de oxigênio.
A ação integra a Operação Dourado, que tem engajamento também do Ministério Público Estadual (promotoria de Jardim), Polícia Militar Ambiental, Instituto das Águas da Serra da Bodoquena (Iasb), Instituto Amigos do Rio da Prata, Instituto Guarda Mirim de Jardim, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e proprietários rurais da região. Pelo IHP, atuaram os biólogos Sérgio Barreto e Wener Hugo Moreno.
Ainda no dia 26 de julho, a equipe do Instituto Guarda Mirim de Jardim fez a identificação de um grande cardume isolado em um trecho com pouca disponibilidade de água. O que foi fundamental para desencadear a Operação Dourado.
O cronograma da Operação Dourado ainda teve atividades entre os dias 29 de julho a 1 de agosto, com visitas técnicas em áreas dos banhados no município de Bonito, visita técnica a regiões que o rio da Prata secou e ainda permanece com água, além do resgate de cerca de 200 peixes que ficaram represados em calha do rio da Prata que está com baixo nível.
“A equipe do IHP e parceiros vieram para a região do rio da Prata, atendendo a um pedido do Ministério Público Estadual, para monitoramento e levantamento ambiental em trechos do rio que estão secos. Foram montadas equipes técnicas que estão trabalhando em conjunto e percorrendo o rio da Prata desde a sua nascente até as áreas que se encontram em situação mais crítica com relação à estiagem”, explica o biólogo e coordenador do programa Cabeceiras do Pantanal, do IHP, Sérgio Barreto.
Nesse monitoramento realizado, as equipes, com apoio de funcionários de propriedades privadas, identificaram cardumes em pequenas poças d’água, sobrevivendo com pouco oxigênio. Por conta da identificação, houve mobilização do grupo e foi possível, com acompanhamento técnico, realizar a captura, transporte e soltura dessas duas centenas de peixes em uma outra área que poderia receber essa população sem causar danos ao ecossistema.
As espécies de peixes encontradas foram dourado, cascudo, curimbatá, piraputanga, piau e piapara. Foram utilizados tanques e as equipes precisaram carregar a estrutura por veículo e a pé para conseguir acessar as áreas secas e, depois, a região onde o rio da Prata possui melhor nível de água.
“Foi possível avaliar as espécies e realocar esses cardumes de diversas espécies para um trecho mais abaixo de onde o rio, onde o curso hídrico apresenta-se em condições melhores. Foi um trabalho muito técnico, seguindo orientações legais, para garantir a realocação de forma segura para essa fauna”, detalhou Sérgio Barreto.
Foi usada caixa de 500 litros com água e oxigênio para o transporte dos peixes, saindo dos trechos com baixo nível até um caminhão, que possuía uma caixa de 2 mil liltros de água e usada para o transporte para a outra região. A equipe devolveu os peixes ao rio da Prata em uma área que fica cerca de 11 km abaixo da região crítica.