IHP integra expedição de 700 km para apoiar desenvolvimento sustentável no Pantanal

O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) integrou a Expedição Pantanal Sustentável 2, organizada pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), com apoio da ABPO (Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável) e do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Foi uma jornada de cinco dias por terras pantaneiras, cruzando diferentes sub-regiões do bioma e percorrendo cerca de 700 km só no bioma.

O propósito da expedição foi para conhecer a realidade da geografia, da biodiversidade, dos sistemas produtivos, levantar as necessidades básicas das populações e colher subsídios para complementar a regulamentação da Lei do Pantanal e do Fundo do Clima Pantanal. Esses dois instrumentos de política pública vão contribuir para promover desenvolvimento sustentável no Pantanal.

Os secretários executivos de Meio Ambiente, Artur Falcette, e de Ciência, Tecnologia e Inovação da Semadesc, Ricardo Senna, integraram a Expedição, junto com servidores do Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Embrapa. Pelo IHP, quem esteve presente foi a secretária-executiva Carol Urt. Outras organizações não governamentais, instituições de ensino e pesquisa, produtores rurais e técnicos também integraram o grupo, formado ao todo por cerca de 40 participantes. O trajeto começou no dia 22 e terminou em 26 de maio.

“Como representantes do Governo do Estado, aproveitamos para conhecer a realidade e os desafios de cada região, cada comunidade, visando estudar políticas públicas específicas e eficientes. Quero agradecer a todos que estiveram conosco, em especial aos produtores rurais, pantaneiros que nos receberam, compartilharam toda uma história muito rica e falaram desse esforço de trabalharem com a pecuária, com o ecoturismo e na preocupação de conservar o Pantanal do jeito que a gente conhece”, disse Falcette.

Foto: Rafael Hoogesteijn/Panthera

O presidente do IHP, Angelo Rabelo, ressaltou que a Lei do Pantanal materializa um esforço de conservação e trabalho sustentável. “A Lei do Pantanal foi construída a várias mãos, com o intuito de valorizar as iniciativas de conservação e também reconhecer essas pantaneiras e pantaneiros que estão há séculos atuando nesse bioma.”

A secretária-executiva do Instituto, Carol Urt, acompanhou a expedição ao longo dos cinco dias e vivenciou a troca de experiências e o reforço sobre o diálogo para ações de conservação. “Foi uma expedição muito importante, muito produtiva para o IHP, considerando os nossos eixos estratégicos de atuação. Uma iniciativa importante, principalmente nos esforços de implantação e de fazer valer a Lei do Pantanal e a promoção do diálogo entre ONGs, pesquisadores, pantaneiros, produtores rurais. Criou-se um ambiente muito rico em diálogo, discussões, questões propositivas e de muito entendimento na atuação no bioma. A gente viu ali três setores discutindo políticas públicas, melhores alternativas de uso e produção no território.”

O trajeto envolveu 46,6 quilômetros pela BR-419, que está sendo pavimentada, até a fazenda Taboco. Em seguida, foram mais 59 quilômetros e visita às Fazendas Santa Izabel, Iguaçu e Baía Negra. A viagem prosseguiu e após 66 quilômetros o destino foi a fazenda Barranco Alto. Por lá, ainda houveram trilhas para se conhecer de perto o dia a dia das pantaneiras e dos pantaneiros na lida, bem como para conhecer a biodiversidade da região.

Foto: Rafael Hoogesteijn/Panthera

O caminho prosseguiu por mais 91 quilômetros até a fazenda Baía das Pedras. A viagem adiantou-se mais ao transitar por 208 quilômetros até a Fazenda Santa Fé do Corixinho. Nessa localidade, foram feitas pesquisas de campo. Ainda ocorreram visitas às fazendas Figueiral e Santa Cruz para depois terminarem o trajeto em Rio Verde. Ao todo, o grupo percorreu cerca de 770 quilômetros só dentro do Pantanal, em muitas estradas de terra e caminhos entre propriedades rurais.

Em todas as paradas, foram feitas explanações pelos proprietários dos sistemas produtivos, detalhamento em torno de ações de conservação, visitas in loco para conhecer espécies de gramíneas adaptadas e outras experiências inovadoras em cultivo, uso do solo e manejo florestal.

Para o secretário executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação da Semadesc, Ricardo Senna, o aprendizado obtido com a expedição vai favorecer a sustentabilidade e o setor produtivo. “Foi extremamente proveitoso unir cientistas, produtores rurais, órgãos públicos, organizações não governamentais para um diálogo e verificar um aspecto técnico e científico para entender que o Pantanal não é uma coisa só. Um aprendizado que permitiu estabelecer um diálogo mais fluído entre todas as instituições e estabelecer caminhos para alavancar o desenvolvimento sustentável dessas regiões.”

Outra expedição foi realizada pela Semadesc e a ABPO e ocorreu em março, durante quatro dias, mas percorreu um roteiro diferente e foi focada na aplicação de alguns critérios da Lei do Pantanal.

Foto: Rafael Hoogesteijn/Panthera
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