Antenas e câmeras instaladas na região da Serra do Amolar passam por manutenção pela equipe do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) com apoio da Marinha do Brasil, por meio do 6⁰ Comando do Distrito Naval, localizado em Ladário. Esses equipamentos fazem parte do sistema Pantera, usado pelo IHP para mapear uma área de até 1 milhão de hectares no Alto Pantanal e detectar sinal de fumaça em questão de minutos.
O apoio da Marinha viabiliza manutenção em tempo reduzido. Como as câmeras e as antenas ficam em áreas remotas, a equipe de TI do IHP pode demorar até quatro dias para acessar os locais. Com o helicóptero do 6⁰ Comando do Distrito Naval, esses acessos são feitos em até 30 minutos.
Em julho houve a manutenção de alguns equipamentos e agora, nos dias 11 e 12 de setembro há serviço em outras duas câmeras. O sistema de monitoramento contra incêndios é formado por cinco câmeras.
Entre os serviços realizados estão limpeza das câmeras, por conta de teias de aranha e excrementos de aves, ajustes de posicionamento, verificação de baterias, retirada de insetos. A central de monitoramento, que usa inteligência artificial, fica na sede do IHP, em Corumbá.
O sistema Pantera passou a funcionar regulamente em 2022 e consegue detectar sinal de fumaça de forma mais ágil que os satélites. Por isso, tem maior efetividade para se detectar um incêndio enquanto ainda está com menor potencial de queima. Esse sistema é mantido pelo IHP e foi desenvolvido pela parceira Um Grau e Meio, startup que trabalha com ações de conservação da natureza.
Além da tecnologia, o IHP também mantém em campo a Brigada Alto Pantanal permanente na Serra do Amolar. Essa equipe realiza ações de prevenção a incêndios florestais no primeiro semestre e fica a postos para atuar no combate ao fogo em período mais crítico.
Os pesquisadores do Lasa/UFRJ desenvolveram um estudo amplo sobre o fogo registrado na Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar (Rede Amolar). Nessa linha do tempo com dados dos últimos 11 anos, mês a mês, é possível perceber como o ciclo do fogo no Pantanal decorreu.
Em 2020, houve danos catastróficos em toda a Rede Amolar, um território que é corredor de biodiversidade, formado por Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs) e o Parque Nacional do Pantanal Matogrossense, área de Patrimônio Natural da Humanidade.
De acordo com registros históricos, a região costuma ser mais afetada pelo fogo a partir de setembro, com a atenção se estendendo até janeiro. Em muitos anos, como 2013, 2015, 2017, 2018, 2019 e 2022, os meses do final da primavera ou início do verão são os mais afetados do ano.
O estudo do LASA/UFRJ faz parte de uma parceria com o IHP, pelo projeto Mitigação dos efeitos dos incêndios de 2020 e prevenção contra novos incêndios na Serra do Amolar, Pantanal, que é financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) no âmbito do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e tem o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como agência implementadora e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – FUNBIO como agência executora.
Sobre o IHP
O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Fundado em 2002, em Corumbá (MS), atua na conservação e preservação do bioma Pantanal e da cultura local.
Entre as atividades desenvolvidas pela instituição destacam-se a gestão de áreas protegidas, o desenvolvimento e apoio a pesquisas científicas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse na área.
Os programas que o Instituto atua são Rede Amolar, Cabeceiras do Pantanal, Amolar Experience, Felinos Pantaneiros, Memorial do Homem Pantaneiro, Brigada Alto Pantanal e Estratégias para Conservação da Natureza. Saiba mais em https://institutohomempantaneiro.org.br/. O IHP também integra o Observatório Pantanal.