Amolar Experience: Pantanal visto de cima e a imensidão da lagoa que parece mar

Texto e foto destaque: Débora Bordin – Fundação de Turismo de MS

Antes de começar, sugiro que você leia primeiro os episódios Uma viagem de imersão na cultura e na natureza do Pantanal, Aprendizado com a natureza e também em O Pantanal é lar do maior felino das Américas.

Era o penúltimo dia e o sentimento de saudade já começava a bater no grupo. Um misto de alegria e êxtase pelo que já tinha sido vivido e de ansiedade por ter pouco mais de 48 horas para experimentar outros momentos, criar novas memórias e depois voltar para casa.

Acordamos antes do sol, o que já era bem normal àquela altura, e nos preparamos para a última trilha: Morrinhos. Localizada lá na reserva Engenheiro Eliezer Batista, fomos de barco e, claro, aproveitamos para observar mais pássaros e registrar mais uma vez a deslumbrante paisagem da Serra do Amolar. E, no meio do caminho, uma pausa necessária para ver as belas vitórias-régias (sim, tem vitória-régia no Pantanal).

Guia monitor Adriano Carlos – foto: Débora Bordin
Selfie da equipe durante trilha Morrinhos – foto: Débora Bordin

Já em terra e pés na trilha, nossos amigos mosquitos nos deram as boas-vindas. Todos já sabiam como conviver com eles e seguimos por cerca de 8 km morro acima. E lá, quase no topo, estava uma das mais belas vistas para o Pantanal. Tanta água, tanto verde, tanta vida! Vale cada respiração ofegante da subida.

Voltamos para a Acurizal no início da tarde. Almoçamos as delícias da Jojô e, sem muito descanso, partimos para a última etapa do roteiro na Serra do Amolar. Mais fotos do grupo antes do embarque (vai que tiramos pouca foto juntos, não é?) e segue o barco, desta vez rumo ao pôr-do-sol na Lagoa Gaíva, já na fronteira com a Bolívia.

Quase chegando lá fizemos uma parada rápida para vermos, de dentro do barco mesmo, inscrições rupestres às margens da baía Gaíva. Elas nos mostram que a civilização pantaneira está por ali há milhares de anos. Mas não tínhamos muito tempo e então corremos atrás do pôr-do-sol.

Ah… e aquele pôr-do-sol, iluminando olhos fascinados e se despedindo de todos, foi propício para um dos momentos mais marcantes de toda a expedição. Adriano, nosso guia e herói pantaneiro, nos mostrou que é também um apreciador das poesias de Manoel de Barros. Entre palavras emocionadas, agradecimentos e até lágrimas dos participantes desta edição do Amolar Experience, um trecho de poesia ficou na lembrança:

Que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros etc. Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós”. (BARROS, M. Memórias Inventadas: A Segunda Infância. São Paulo: Planeta, 2006.)

O sol se pôs e tomamos o caminho de volta à reserva, nosso lar por quatro dias, “nosso quintal maior do que o mundo”, como diria Manoel de Barros. O céu extremamente estrelado coroou mais um dia de tantas sensações e aprendizados, assim como a prosa e as canções cantadas a plenos pulmões na roda de viola ao fim da noite.

O último episódio dessa série, que tentou retratar um pouco do que pode ser vivido no Amolar Experience, está no texto “Águas cristalinas e um barco-hotel navegando no remanso do Rio Paraguai”.

O programa de turismo do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) recebeu jornalistas, influenciadores e profissionais do turismo em junho deste ano para apresentação e validação de roteiro. A ação teve parceria da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (FundturMS), SebraeMS (através do Pró Pantanal – Programa de Apoio à Recuperação Econômica do Bioma Pantanal) e Operadora Pure Brasil.

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