O Instituto Homem Pantaneiro (IHP), sediado em Corumbá (MS) tem o programa Felinos Pantaneiros em desenvolvimento no território pantaneiro. A equipe do programa é formada por: Ângelo Rabelo (presidente IHP); Betina Kellermann (secretária-executiva); Angélica Guerra (coordenadora técnica); Isabelle Bueno (coordenadora de operações); Fernanda Coppola (relações públicas); Rodolfo César (assessor de imprensa); Diego Viana (médico veterinário); Grasiela Porfírio (bióloga); Mariana Queiroz (médica veterinária); Joares May (médico veterinário); Wener Hugo (biólogo) e Geovani Tonolli (médico veterinário.
O programa Felinos Pantaneiros tem como objetivo principal implementar ações para a coexistência entre humanos e onças no Pantanal. O programa avalia ações de manejo de rebanho que visem minimizar o conflitos causados pela depredação de rebanhos bovinos e outros animais domésticos por grandes felídeos, assegurando melhores práticas e referência na harmonia entre produção agropecuária e conservação. Além da avaliação de estratégias anti-depredação, o projeto estima e avalia, utilizando armadilhas fotográficas, colares GPS, aspectos ecológicos dos grandes felídeos pantaneiros. Desde 2016 o programa atua na Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar (Rede Amolar) e em fazendas do Pantanal.
Como forma de disseminar o conhecimento científico, o projeto realiza atividades de educação ambiental não formal em escolas rurais, propriedades rurais, comunidades ribeirinhas e na cidade de Corumbá-MS e Ladário-MS; Aproximadamente 7.000 pessoas, entre adultos e crianças, já foram sensibilizadas por estas atividades.
Nesse trabalho no eixo de coexistência, entre 2016 e agosto de 2023, a equipe do programa Felinos Pantaneiros deu apoio técnico às autoridades de segurança pública (Polícia Militar Ambiental e Polícia Federal) em seis casos em que houve fortes indícios de morte de onça-pintada causada por disparo de arma de fogo, sugerindo a prática de caça desses animais.
Em 3 casos, foi encontrado o projétil no corpo do animal após a necrópsia.
Em 2 casos, houve indícios de perfuração de bala, porém o projétil não foi encontrado.
Em 1 caso, conforme imagens do corpo do animal, a cabeça foi retirada e não há na literatura científica registro de um animal selvagem que mate o outro e realize esse tipo de procedimento, descartando integralmente o corpo.
A localização de um projétil no corpo de um animal representa em prova pericial de abate por caça.
Registros de caça de onça-pintada entre 2016 e agosto de 2023 e que não resultaram em morte do animal também foram feitos pela equipe do IHP. As onças-pintadas Joujou e Tiago, capturadas na região da Serra do Amolar (Corumbá-MS) em 2020 por conta dos incêndios daquele ano, tinham projétil de chumbo no corpo, porém elas sobreviveram com relação à prática de caça.
Conforme dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a onça-pintada é uma espécie classificada na categoria vulnerável para a extinção.
O programa Felinos Pantaneiros também faz o monitoramento de morte de onças-pintadas por atropelamento na BR-262, no trecho entre Corumbá e Miranda (Mato Grosso do Sul). Para saber mais, acesse aqui.
Sobre população de onças-pintadas
Maior densidade de onças estimada no Pantanal – 12,4 onças/100km² – Fonte: Extensive aquatic subsidies lead to territorial breakdown and high density of an apex predator. Autores: CHARLOTTE E. ERIKSSON , DANIEL L. Z. KANTEK, SELMA S. MIYAZAKI , RONALDO G. MORATO , MANOEL DOS SANTOS-FILHO, JOEL S. RUPRECHT, CARLOS A. PERES , AND TAAL LEVI
Densidade 6,6 onças /100km² – Fonte: Estimating the density of a jaguar population in the Brazilian Pantanal using camera-traps and capture–recapture sampling in combination with GPS radio-telemetry. Autores: Marianne K. Soisaloa,*, Sandra M.C. Cavalcanti
Impacto superestimado na produção pecuária – Fonte: Cattle ranchers’ attitudes to conflicts with jaguar Panthera onca in the Pantanal of Brazil. Autores: A. Zimmermann, M.J. Walpole and N. Leader-Williams
Estratégias de mitigação para o conflito: Manual de melhores práticas pecuárias para a planície pantaneira. Conivência com animais depredadores Pag 152 a 158. link: https://www.researchgate.net/publication/353931786_Guia_de_melhores_praticas_pecuarias_da_planicie_pantaneira
Sobre o IHP
Com mais de 20 anos de atuação, o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) compartilha com a sociedade os desafios para a conservação do Pantanal e toda sua biodiversidade. O Instituto é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que atua na produção de natureza no bioma Pantanal, com respeito à história e à cultura local. Dentre as atividades desenvolvidas, destacam-se a gestão de áreas protegidas, o apoio a pesquisas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse nas áreas.
Entre as atividades desenvolvidas pela instituição destacam-se a gestão de áreas protegidas, o desenvolvimento e apoio a pesquisas científicas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse na área.
Os programas e projetos permanentes que o Instituto atua são Rede Amolar, Cabeceiras do Pantanal, Amolar Experience, Felinos Pantaneiros, Memorial do Homem Pantaneiro, Brigada Alto Pantanal e Estratégias para Conservação da Natureza. Saiba mais em https://institutohomempantaneiro.org.br/. O IHP também integra o Observatorio Pantanal.